Estamos chegando ao final da nossa série de entrevistas com grandes nomes do cenário da privacidade, em comemoração aos 5 anos de LGPD.
Para fechar com chave de ouro as entrevistas enriquecedoras, convidamos a nossa CEO Aline Deparis para compartilhar conosco sua visão sobre a trajetória da LGPD e os próximos passos.
Aline Deparis é Analista de sistemas com mais de 17 anos de experiência no setor de TI. Já foi presidente da Assespro-RS e do CETI-RS (Conselho das Entidades de TI do RS), atualmente é membro do Conselho Fiscal do Icolab e cofundadora e conselheira da Maven Inventing. Ela prestou mentorias de empreendedorismo na Federasul e tem participado ativamente na comunidade de startups, empreendedorismo, privacidade e mulheres na TI. Atualmente é CEO da Privacy Tools, uma privacytech que fornece ferramentas de gestão de privacidade.
Confira a seguir a entrevista com Aline Deparis
Como você avalia os avanços relacionados à privacidade e à proteção de dados nos últimos cinco anos?
Nos últimos 5 anos, os avanços foram muito significativos, tanto no Brasil, quanto no mundo, principalmente em relação à conscientização dos direitos das pessoas sobre seus dados pessoais.
Certamente temos uma longa trajetória para percorrer, levando em consideração que a proteção de dados é um tema complexo e que envolve questões legais, tecnológicas e sociais.
Quais têm sido os principais impactos da LGPD ao longo dos últimos cinco anos desde a sua implementação?
Acredito que o fortalecimento dos direitos dos titulares dos dados tem sido um impacto muito positivo. As pessoas passaram a entender melhor sobre como os seus dados estão sendo utilizados e consequentemente, a exigir mais transparência por parte das empresas. Além disso, a LGPD tem estimulado que as empresas adotem medidas para se adequar à legislação, envolvendo a revisão das políticas de privacidade e os contratos com terceiros, ocasionando de certa forma uma mudança cultural.
Isso foi exemplificado na aplicação da primeira multa que recentemente foi aplicada. Reforçando o debate em torno da vigilância ativa da ANPD em relação ao cumprimento da legislação.
Quais avanços tecnológicos ou tendências emergentes você acredita que possam influenciar significativamente a implementação e a conformidade contínua com a LGPD nos próximos anos?
A Inteligência Artificial já vem sendo utilizada e é um avanço bastante significativo, que garante mais rapidez e assertividade. Elas podem ser utilizadas pelas empresas de diferentes maneiras, como chatbots, facilitando a comunicação com os consumidores e até mesmo como mecanismo de segurança auxiliando em casos de ataques cibernéticos.
A IA pode automatizar tarefas repetitivas relacionadas à privacidade, como a classificação de dados, o gerenciamento de consentimento e a resposta a solicitações de titulares de dados. Isso economiza tempo e recursos, garantindo ao mesmo tempo conformidade contínua.
Claro que, junto a essa tecnologia, é necessário um olhar mais direcionado para o cumprimento da LGPD. A ANPD já está com esse tema em pauta para discussões sobre a regulamentação da IA, que aliada com a LGPD certamente trará muitos benefícios para todos.
Na sua perspectiva, quais são as expectativas futuras para a LGPD, considerando possíveis alterações, aprimoramentos regulatórios e desenvolvimentos no campo da privacidade digital?
Como mencionei anteriormente, acredito que temas relacionados à Inteligência Artificial continuarão sendo muito debatidos, tanto pela Autoridade quanto pela população, dada a complexidade do assunto e os vários pontos a serem considerados.
Penso que para os próximos anos teremos um aumento na atividade regulatória por parte da ANPD à medida que intensifica sua fiscalização.
Além disso, a conscientização e a educação da população em relação à privacidade e proteção de dados estão progredindo, o que indica que as pessoas estão compreendendo cada vez mais a importância desse tema e se engajando ativamente nessa discussão.
Durante as entrevistas incríveis com os grandes nomes da área de privacidade, mergulhamos nas nuances, desafios e perspectivas dessa jornada em busca de uma proteção de dados mais sólida e eficaz.
É importante ter em mente que a jornada pela privacidade está longe de terminar, afinal, é uma jornada, não um destino final. O futuro nos reserva novas regulamentações e uma constante evolução da tecnologia.
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Juntos, podemos construir um futuro mais seguro e confiável para todos.