O Twitter virou assunto essa semana após ter sido pego usado secretamente dados de usuários de forma indevida para fins de publicidade.
A empresa admitiu que solicitou por muitos anos que os usuários fornecessem dados como número de telefone e endereço de e-mail para autenticar suas contas.
Essas informações então eram utilizadas para ações de marketing direcionadas. As queixas sobre as ações indevidas foram registradas pelo Departamento de Justiça e pela Comissão Federal do Comércio.
Em maio a empresa havia concordado em desembolsar US$ 150 milhões numa multa, buscando resolver a questão, além de ter concordado em notificar os usuários donos dos dados utilizados, e de acordo com a procuradora-geral associada Vanita Gupta, esse valor “reflete a gravidade das alegações contra o Twitter”.
Além do valor da multa, o Twitter está proibido de utilizar dados pessoais coletados de forma enganosa para obter algum tipo de lucro e precisa limitar o acesso aos dados por parte dos funcionários, além de ser obrigatória a notificação à FTC caso alguma violação dos dados ocorra.
Conforme relatou a FTC, entre maio de 2013 e setembro de 2019, o Twitter “induziu as pessoas a fornecer seus números de telefone e endereços de e-mail, alegando que o objetivo da empresa era, por exemplo, ‘proteger sua conta’”, “porém ao invés disso as informações teriam sido usadas “para veicular anúncios direcionados às pessoas – anúncios que enriqueceram o Twitter aos milhões”.
Na reclamação da FTC consta também que o Twitter utilizou os dados coletados para permitir que os anunciantes direcionassem seus anúncios para grupos específicos.
Twitter publicou pedido de desculpas aos usuários afetados
O pedido de desculpas foi fixado no topo das linhas do tempo dos usuários afetados, e o tweet dizia que a empresa pode ter solicitado o número de telefone ou endereço de e-mail tanto para proteger ou autenticar as contas, e pode ter usado esses números de telefone ou endereços de e-mail para entregar publicidade personalizada até setembro de 2019.
“Lamentamos muito que isso tenha acontecido. Se você tiver dúvidas ou comentários sobre este aviso ou sobre o que fazemos para proteger suas informações no futuro, entre em contato com o Escritório de Proteção de Dados do Twitter”, finalizou.
A presidente da FTC, Lina Khan, contou que o Twitter obteve os dados dos usuários com a desculpa de utilizá-los para fins de segurança, porém utilizou-os como forma de segmentar publicidades. “Essa prática afetou mais de 140 milhões de usuários do Twitter, ao mesmo tempo em que impulsionou a principal fonte de receita do Twitter”, disse Khan.
Nas alegações do Twitter consta: “Em 6 de junho de 2022, firmamos um acordo com a Federal Trade Commission para resolver esse problema”, além de ressaltar que “nunca divulgaram ou compartilharam seu número de telefone ou endereço de e-mail com anunciantes”.
A prática violou o acordo firmado entre a UE-EUA Privacy Shield e Swiss-US Privacy Shield, que obriga as empresas a seguirem certas diretrizes relacionadas à privacidade para transferir legalmente dados de países da União Europeia e da Suíça.
“Lamentamos muito que isso tenha acontecido”, finaliza o comunicado do Twitter.