Tim Cook, CEO da gigante Apple, virou notícia após enviar uma carta ao Congresso Americano, demonstrando apoio ao projeto “Ato de Proteção e Privacidade de Dados Americanos” (“American Data Privacy and Protection Act”), que busca proteger a privacidade dos dados dos usuários através de medidas sobre quais dados podem ser coletados e como podem ser usados.
O projeto, que ainda está em fase preliminar, surgiu de uma colaboração entre políticos dos Partidos Democrata e Republicano dos Estados Unidos.
A carta em questão foi divulgada em diversos sites americanos, e nela Tim Cook fala sobre como a Apple segue com seus esforços buscando estabelecer uma política firme de proteção da privacidade dos seus consumidores, além de também ter elogiado a união entre Democratas e Republicanos na apresentação da proposta, que foi autoria de membros dos dois partidos.
De acordo com o CEO da Gigante de Cupertino, a empresa apoia o rascunho preliminar da lei e reforçou que a Apple acredita na privacidade como direito fundamental.
O projeto de lei foi apresentado no último dia 3 pelos membros do Comitê de Comércio do Senado dos EUA, o deputado Frank Pallone e os senadores Roger Wicker e Cathy McMorris Rodgers.
O projeto, visto como um acordo raro entre partidos tradicionalmente como concorrentes ferrenhos, demonstra um esforço do Congresso Americano em implementar uma lei de privacidade de dados nos EUA, pois visa estabelecer regras sobre quais dados podem ser coletados, além de também proibir que empresas cobrem por um nível maior de privacidade nos serviços oferecidos.
O documento também levantou questões sobre a segurança das crianças na internet, além do uso de rastreadores em anúncios. Porém, como nem tudo são flores, o projeto foi alvo de críticas por parte da Câmara do Comércio, que o classificou como “inviável”.
Postura de Cook já demonstra apoio à privacidade de dados há algum tempo
Importante ressaltar que não é de hoje que Tim Cook tem abraçado uma postura mais firme em relação às questões de privacidade de dados pessoais, fazendo questão de sempre mencionar a questão como um direito fundamental.
Confira a seguir a carta de Tim Cook na íntegra traduzida pelo site MacMagazine:
“Prezados Presidentes Cantwell e Pallone e membros do Comitê Wicker e McMorris Rodgers.
Obrigado por seu trabalho contínuo na legislação de privacidade. A Apple continua apoiando os esforços em nível federal para estabelecer fortes proteções de privacidade para os consumidores, e estamos encorajados pelas propostas preliminares que suas equipes produziram.
Reconhecemos que há questões pendentes a serem resolvidas, mas as áreas de acordo parecem superar em muito as diferenças. Seus rascunhos forneceriam proteções substanciais aos consumidores e escrevemos para oferecer nosso forte apoio para alcançar esse objetivo comum. Com seu trabalho, juntamente com a ajuda do presidente Biden para proteger melhor a privacidade das crianças, parece que os americanos estão mais perto do que nunca de conseguir proteções de privacidade significativas.
Na Apple, acreditamos que a privacidade é um direito humano fundamental. É por isso que defendemos consistentemente uma legislação de privacidade abrangente e contribuímos para esse processo sempre que possível. É também por isso que sempre criamos produtos e recursos que protegem os usuários e suas informações por padrão. Fazemos isso minimizando os dados que coletamos, processando o máximo de dados possível no dispositivo de um usuário, dando aos usuários transparência sobre quais dados são coletados e um maior controle sobre como eles são usados e construindo sistemas robustos para proteger os dados do usuário em todos os nossos produtos e serviços.
Embora a Apple continue inovando e desenvolvendo novas maneiras de proteger os dados dos usuários, somente o Congresso pode fornecer proteções de privacidade robustas para todos os americanos. A contínua ausência dessa importante legislação, infelizmente, perpetuará uma abordagem ineficiente que deixa muitos sem os padrões rigorosos que esperamos ver como resultado de seu árduo trabalho.
Recomendamos fortemente que avancem com uma legislação de privacidade abrangente o mais rápido possível e estamos prontos para ajudar nesse processo nos próximos dias”.