No último dia 26 a Privacy Tools realizou mais um evento online e gratuito da série “Privacidade acima de tudo”, onde abordou um tema muito em alta nesse momento em que vivemos: as redes sociais e seus efeitos nas questões de privacidade e proteção de dados pessoais.
O evento que contou com a apresentação de Ana Guimarães, da Privacy Tools, recebeu como convidados três especialistas da área: Julia Lonardoni Ramos, da Peck + Advogados,
Taynara Rodrigues, da DataGuide e Renato Leite, da Data Privacy.
O evento começou com os convidados fazendo sua apresentação, e logo após seguiu com a palestra de Julia Lonardoni sobre o tema.
“A gente sabe que hoje a rede social é uma grande base de dados aberta onde todo mundo posta informações a respeito da sua vida, demasiadamente, e muitas vezes por trás disso a gente acaba não sabendo os riscos que isso traz para o próprio titular; Riscos à liberdade, à privacidade, ao livre desenvolvimento”.
Confira a seguir os destaques do bate papo
“O titular fazendo um post em sua rede social, passando informações, eventualmente a pessoa pode postar uma situação de saúde que ela tá passando, ou colocar opiniões políticas e tudo isso, principalmente de dados sensíveis de opinião política, de saúde,
a gente tem isso como dado pessoal sensível e a gente tem também entendido como dado pessoal, lá pelo parágrafo 12, o perfil comportamental, o perfil de consumo do titular também vai ser considerado como um dado pessoal e por isso a gente precisa de uma governança nisso”, afirma Julia.
Ana segue iniciando a rodada de perguntas questionando Julia sobre quais cuidados as empresas devem ter em relação à privacidade e proteção de dados em suas campanhas de publicidade, e Julia então responde:
“Quando a gente está encaminhando um e-mail marketing, quando a gente tá ali no telemarketing, é quando a gente realiza esse contato com o titular, seja por mensagem também, a gente dá essa possibilidade dele fazer o descadastramento de não mais receber aquela comunicação da empresa. É muito importante também quando a gente vai fazer isso que existe uma base legal que legitime aquele tratamento”.
Ana segue o debate questionando Taynara sobre quais as boas práticas que podem ser implementadas de forma a garantir que o usuário tenha a possibilidade de optar ou não pelo compartilhamento das informações.
Taynara então diz: “Quando a gente tá falando em redes sociais e a dinâmica do usuário, a gente já parte ali né de um pressuposto de um relacionamento totalmente desigual, mas algumas medidas podem sim ajudar na direção de um relacionamento mais igualitário
e sobretudo nesse ponto que é tão sensível que fala sobre o compartilhamento de dados das pessoas, que já envolveu algumas redes sociais em grandes escândalos”.
Taynara segue: “A segunda medida é facilitar ainda mais a questão da transparência sobre o compartilhamento dessas informações. O que a gente pode citar aqui como transparência, a boa e velha política de privacidade. E o que eu gostaria de destacar aqui pra tornar muito claro é esse conhecimento sobre o eventual compartilhamento ou não de informações políticas que não sejam atrelados a um “juridiquês” que nenhum usuário possa entender, nenhum usuário comum possa entender, ou políticas gigantescas. A gente vê por aí, facilmente, mais de 50 páginas e muitas redes sociais”.
Chega a vez de Renato responder a questão enviada pelos participantes e Ana então o questiona sobre: “Em que medida tu acredita que as redes sociais e essas plataformas em geral podem ajudar na conscientização desses usuários que estão expondo os dados, será que elas deveriam, por exemplo, colocar avisos do tipo “cuidado, esse post será público; não divulgar seus dados e informações pessoais”. Como tu acha que essas plataformas podem lidar em relação a isso?”.
Renato então explica que algumas empresas já possuem essa consciência de facilitar para que o usuário compreenda e afirma que as plataformas possuem um papel essencial na conscientização do usuário.
Renato cita também a nova política de privacidade do Twitter que se assemelha a um jogo, onde o usuário vai passando de fase enquanto aprende sobre as políticas de privacidade da empresa de uma forma menos maçante.
“A política de privacidade em vez de ser aquelas 50 páginas que a Taynara mencionou, ela foi dividida em seções de 288 caracteres. Aqui nos EUA, 288 caracteres é o máximo
para cada mensagem que você pode compartilhar em apenas um tweet. Então é como se você tivesse lendo um longo tweet com pequenos trechos, várias pequenas palavras que realmente você pode entender como nessa plataforma quais dados são coletados, para o quê esses dados são utilizados e com que cidades são compartilhados”, finaliza Renato.
Confira todos as transmissões
Todas as transmissões anteriores, assim como “LGPD e Redes Sociais” na íntegra, estão disponíveis no canal do Youtube da Privacy Tools.