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    Por um futuro descentralizado: mais segurança em relação às informações pessoais

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    Em 2004 surgiu uma novidade que representou um grande passo quanto a evolução da comunicação na internet, o Facebook, apresentando painéis para expressar opiniões, chats particulares e outros mecanismos de interação. A partir desse tipo de mídia, o compartilhamento de informações passou a crescer expressivamente, enquanto a barreira da desconfiança era quebrada. 

    Se a maioria duvidava que havia algum perigo, o escândalo da Cambridge Analytica, envolvendo venda de dados para as eleições mudou esse pensamento. Em 2014, o caso tomou grandes proporções, refletindo em busca por respostas de quem seria a responsabilidade pelos vazamentos. Foi a primeira vez que todos tiveram noção do quanto o acesso a conteúdos digitais poderia promover a concentração de poder. 

    As pessoas se aprofundavam nos interesses do mercado em relação aos dados privados e os crimes eram descobertos

    Em seguida, determinados acontecimentos só reforçaram a perspectiva de que poucas empresas atuantes na comunicação dispensavam princípios éticos ao coletar um dado privado. O objetivo de lucrar cada vez mais afastava as corporações de um comprometimento com os seus clientes. Em 2018, por exemplo, a Marriott International permitiu que 500 mil usuários dos serviços tivessem senhas, locais de hospedagem, hábitos e documentos vazados. 

    Tanto o vazamento por ataque de hackers, quanto a comercialização de conteúdos sigilosos são moralmente comprometedores. Ao realizar um cadastro em um e-commerce para fazer uma compra, o termo de concordância é assinado. Os frequentes esforços dos setores privados e públicos em busca de regularizar a troca de informação, observada na LGPD aqui no Brasil, ainda são incipientes, ainda que importantes.

    Uma ideia que pode mudar tudo ao descentralizar o poder em relação às ações na internet

    A necessidade de leis eficientes na organização de conceitos, adequação de organizações e punição de quem infringe as normas vigentes é inegável. Porém, com a publicação do paper que deu origem ao Bitcoin, pela figura anônima de Satoshi Nakamoto em 2008, a tecnologia se aprimorou. Aproveitando a crise financeira vivida pelos bancos, lançou a moeda digital bitcoin que funcionava de maneira descentralizada. 

    Os bitcoins usam o blockchain, uma criptografia reforçada, garantindo o funcionamento de um sistema financeiro 100% online. A principal característica é a ausência de uma instituição ou grupo controlando as transações, que são feitas individualmente. Os desenvolvedores que possuem computadores de alta capacidade de processamento realizam a manutenção e continuidade dos blocos.

    Cada bloco é um código diferente, lembrando uma corrente que descreve uma ação anônima e intransferível. A rede criptografada de ponta a ponta impede terceiros de se infiltrar na operação. Muito além da complexidade envolvendo o universo das criptomoedas e ignorando seu efeito capitalizador, suas funcionalidades demonstram o potencial de se criar ambientes virtuais seguros e descentralizados, nos quais todos tenham domínio dos seus próprios dados.   

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