O Google Play Store é a loja virtual dos usuários de celulares Android. Todos os aplicativos que lá dentro se localizam precisam relatar o que é feito com os dados dos usuários na chamada seção de segurança.
Comparando suas descrições de privacidade, que variam de acordo com o modelo de uso do aplicativo, a princípio, o aplicativo precisa informar o seguinte:
- Se os dados serão compartilhados com terceiros ou não
- Se o aplicativo coleta os dados dos usuários
- Medida de segurança que o protege (grande maioria deles utilizam de criptografia)
Além disso, a depender do aplicativo selecionado, alguns prevêem a solicitação da exclusão de dados. Não são todos, mas a maioria dos aplicativos de destaque possuem tal direito.
As informações podem ser encontradas no momento que o usuário achar o seu aplicativo e descer um pouco à tela. A política de segurança dos dados fica logo acima das classificações e resenhas feitas pelos usuários.
Informações da Play Store não são 100% precisas
De acordo com um estudo do Mozilla, supostamente, a maioria dos chamados indicadores de privacidade contém informações falsas ou enganosas. Em quase 80% dos aplicativos utilizados foram relatadas tais características divergentes.
A medida utilizada para identificar informações falsas ou enganosas se baseou nas diferenças encontradas entre as políticas de privacidade oficiais dos aplicativos.
No estudo foi usado o exemplo do TikTok. Na seção de segurança de dados do TikTok, presente na Play Store, é dito que os dados não são compartilhados com terceiros.
O Mozilla foi atrás e comparou com o que é dito na página oficial do TikTok. Foi descoberto que na verdade, os dados são sim compartilhados com terceiros. Ou seja, com provedores de serviços terceirizados, provedores de armazenamento em nuvem, provedores de medições, provedores de dados analíticos e anunciantes.
O estudo identificou como sendo informações enganosas ou falsas. Conforme comentado pelo Mozilla, o usuário acredita no que está presente na seção de segurança da Play Store. Dessa forma, muito provavelmente, o usuário não chegaria a ler a política oficial, devido ao fato de ter um ligeiro resumo, que não é 100% exato.
Ademais, o estudo identificou mais alguns pontos:
- 16 dos 40 aplicativos analisados, ou 40%, receberam nota “Ruim”, incluindo plataformas de redes sociais como Twitter e Facebook.
- 15 dos 40 aplicativos avaliados, ou 37,5%, foram avaliados como “Precisa Melhorar”, entre eles o Youtube, Google Maps, Gmail, WhatsApp e o Instagram.
- Apenas 6 dos 40%, ou 15%, tiveram “OK” como avaliação. A maioria deles são jogos mobile: Candy Crush Saga, Google Play Games, Subway Surfers, Stickman Legends, Power Amp e League of Stickman: 2020 Ninja.
O que foi apontado como solução?
Para que o problema fosse solucionado, a autora do estudo afirma que tanto o Google quanto a Apple devem adotar um formulário universal e padronizado do sistema de privacidade de dados em suas plataformas.
Também foi recomendado que as empresas ampliassem e explicassem suas ações de fiscalização contra os aplicativos que não estão em estado de conformidade. Além disso, que assumam certas responsabilidades para garantir a exatidão das informações fornecidas pelo aplicativo.
Desde o ano de 2017, o Mozilla está focalizando parte de seus estudos na parte da privacidade e da segurança digital.
Conclusão final sobre os dados na Play Store
Estudos do tipo não vão parar de acontecer na medida que cada vez mais o tema da privacidade e segurança impacta os negócios. Ou seja, de alguma maneira, tais pesquisas chegam nas grandes empresas, afinal é a imagem delas em jogo.
Em casos assim, o cliente sempre é o mais impactado. Algumas das considerações previstas nas políticas de dados talvez possam não ser exercidas por não estarem presentes na política oficial do aplicativo, é um erro grave.
