Um grupo técnico dedicado à segurança da informação alertou ao TSE sobre uma possível ameaça de ataques de hackers que podem colocar em risco a segurança das eleições de outubro.
De acordo com informações obtidas pelo Estadão a respeito do relatório do TSE, existe um risco iminente de que uma tentativa de ataque de ransomware tal como o que vitimou o sistema do STJ em 2020, ocasião em que dados pessoais foram roubados e utilizados para solicitar resgate.
Na ocasião, tanto servidores quanto ministros ficaram impossibilitados de acessar arquivos e e-mails prejudicando milhares de processos que estavam em andamento.
Relatório alerta para possível ataque que pode colocar em risco as eleições
Trecho do relatório diz: “Pensemos num ataque de ransomware, às vésperas do pleito de 2022, em que todos os computadores da Justiça Eleitoral amanheçam criptografados, apresentando uma mensagem em sua tela de pedido de resgate para a liberação de seus conteúdos. São situações extremas, mas perfeitamente possíveis de ocorrer, caso os adequados controles não sejam implementados, não apenas no TSE, mas em todos os tribunais regionais”.
Os técnicos ainda alertam para uma possível invasão que possa interferir no cadastro eleitoral, seja causando um vazamento em massa, ou manipulando o sistema de óbitos de forma a incluir candidatos inaptos.
“Ocorrências como essas colocariam em xeque todo o sistema eleitoral e até mesmo a estabilidade do regime democrático de direito, catalisando as forças contrárias aos princípios democráticos que existem em nossa sociedade”, consta em trecho do documento.
Francisco Brito Cruz, Diretor executivo do InternetLab, disse: “Seria um escândalo se o TSE não tivesse um planejamento, não investisse nessa área. Olhando a estrutura da administração pública brasileira, o tribunal é um dos que mais travam discussões sobre cibersegurança”, “O TSE caminha sob o fio da navalha. Sabemos que essas tentativas de enviesar a questão tem um efeito como propaganda política.”
O TSE tem se empenhado em trabalhar em formas de manter a credibilidade do sistema das eleições, que hoje é destaque no mundo. Além disso, o relatório fala sobre a necessidade de readequação de forma a criar uma estrutura capaz de prevenir possíveis invasões aos sistemas.
Foi informado pelo TSE que vem implementando um programa de cibersegurança em toda justiça eleitoral. Detalhes sobre o sistema não foram divulgados.
