Com a epidemia do coronavírus, muitos começaram a pensar em como poderiam auxiliar na retomada da vida “normal” quando o isolamento social passar. Uma solução que tem surgido em diversos países é o passaporte de imunidade.
Apesar da possibilidade de imunidade ainda não ter sido comprovada cientificamente, os projetos vem trazendo ideias inovadoras para a retomada de atividades. Mostrando, certamente, a possibilidade de utilizar tecnologia para registrar aqueles que testaram negativo para o Covid-19 e, portanto, poderiam voltar a conviver em ambientes compartilhados.
Na Espanha
As empresas espanholas Tourism Data Driven Solution (TDDS) e o Air Institue, já formaram uma parceria para desenvolver a solução hi+Card. A Organização Mundial de Turismo também vem colaborando na solução que teve apoio imediato da IATA, uma Associação com 290 companhias aéreas (85% do transporte mundial).
O hi+Card é um passaporte digital que visa certificar a imunidade do usuário em relação ao Covid-19. É utilizada criptografia dupla sobre a tecnologia blockchain e autenticação de fator duplo para garantir a veracidade das informações. O primeiro teste do passaporte está agendado para julho, durante um voo para as Ilhas Canárias.
No voo, com a apresentação do passaporte, será possível organizar a acomodação dos passageiros, com distância adequada, buscando evitar o contágio daqueles que não possuem a solução.
“Os centros de saúde reconhecidos farão upload para bloquear as informações de que uma pessoa passou no COVID-19 e possui os anticorpos. Essas informações são armazenadas em uma rede blockchain com criptografia dupla.” explica Antonio López de Ávila CEO e co-fundador da TDDS.
A adoção da solução hi+Card será voluntária e após o teste realizado em julho poderá ser utilizado em todo o mundo. As empresas envolvidas acreditam que ele possibilitará um retorno mais rápido das viagens e do turismo.
Na Estônia
O país europeu também está realizando testes em um dos primeiros passaportes digitais do mundo. O Back to Work é uma organização não governamental que está desenvolvendo a solução. Sua equipe conta com diversos fundadores de startups de tecnologia, como Transferwise e Bolt. O objetivo é ter uma solução que colete dados do teste de Covid-19, permitindo que as pessoas possam compartilhar seus status de imunidade com terceiros.
“O passaporte de imunidade digital visa diminuir os medos e estimular as sociedades de todo o mundo a seguir com suas vidas em meio à pandemia”, disse Taavet Hinrikus, fundador da Transferwise.
A equipe do Back to Work conta também com especialistas médicos locais e autoridades estaduais. Os primeiros testes do passaporte estão sendo realizados nos hotéis Radisson e na produtora de alimentos PRFoods.
“Estamos buscando todas as soluções para que nossos funcionários voltem ao trabalho e os clientes voltem a dormir em nossos hotéis”, disse Kaido Ojaperv, CEO do Radisson Blu Sky Hotel em Tallinn.
No Brasil
Em terras brasileiras, nós na Privacy Tools, desenvolvemos um módulo chamado Passaporte Privacy, para verificação do estado de saúde das pessoas em face do coronavírus. O objetivo da solução é apoiar a retomada ao trabalho após o período de isolamento social causado pelo coronavírus e trazer garantia ao usuário quanto à segurança de seus dados.
“A realização de um grande volume de testes aumenta o desafio de gerenciar e evitar o vazamento de dados médicos e de saúde, nesse sentido o Passaporte Privacy irá permitir a comprovação de adoção de boas práticas no combate a pandemia, sem que haja a exposição de dados pessoais”, diz Marison Souza, CTO da Privacy Tools.
O Passaporte Privacy, poderá auxiliar na comprovação do resultado negativo da presença do vírus nas pessoas testadas perante a empresas, órgãos, entidades e até mesmo clientes das empresas que o aderirem. O Fluxo que permitirá esta realização ocorre após o envio dos resultados dos exames ao responsável pelo tratamento de dados da empresa (DPO), este deverá alimentar estas informações na plataforma e após este processo é gerado o Passaporte Privacy.